Em pesquisas de Psicologia e Antropologia, concluiu-se que as expectativas e os projetos de futuro aparecem em 70% dos casos de sofrimento como a maior causa da dor, e normalmente são os problemas trazidos do passado ou do presente. Além disso, muita gente não sabe a diferença entre término, perda, derrota e separação.
É mais difícil lidar com os sonhos coloridos e cobertos de felicidade, do que com a realidade.
separacaoAs pessoas não querem abrir mão das coisas positivas, como se fossem esperanças, fontes de motivação e por isso dói ter que destruí-las. Já a realidade, por si mesma, pode provar o que deve ser feito. Quanto às formas de rompimento, a separação pode ser subdividida em quatro formas diferentes.
O término, que consiste na superação do relacionamento. Momento em que o amor foi totalmente desgastado e deixou de ser um motivo para que a relação exista. O amor é uma transferência, ou seja, quando se “dá um sentimento para alguém”, com o tempo, esse amor retorna para quem deu, logo é incorporado novamente. Nesse caso há mais problemas com a mudança da rotina, costumes antigos e as perspectivas de futuro, mas a compreensão acaba superando a dor.
A outra forma é a perda, a interrupção. Nesse caso estamos falando de abandono, rejeição, substituição, humilhação e, por conseqüência, o trauma. Portanto, vale a pena respeitar o fato como se fosse um ferimento na pele, dói, infecciona, mas se bem tratado cicatriza. É o risco que corremos por estarmos vivos: morrer.
A desgraça por presentear alguém com o coração, ou seja, a própria alma, e esse alguém fugir levando tudo que recebeu. Encontramos um mal estar suficientemente forte para por em prova a verdadeira estrutura da pessoa. A questão é que o sofrimento, se bem administrado, pode levar ao amadurecimento. Assim como exercícios físicos, que na hora traz cansaço ou mal estar, mas quando termina leva ao fortalecimento. É sempre bom lembrar que o trauma deve ser respeitado como um ferimento e merece ser bem tratado até cicatrizar.
Outro caso é a derrota, ou seja, relacionamentos competitivos onde um dos lados insiste em conquistar o outro, não havendo total reciprocidade nas intenções. O amor próprio poderá estar em questão, bem como os princípios básicos de cada um.
A maior de todas é a própria morte, em seguida vêm os filhos e a mãe, relações consangüíneas e insubstituíveis. Agora, perder o homem ou a mulher significa uma situação substituível, já que houve um tempo em que a relação não existiu e há bilhões de outras pessoas no mundo. Mais uma vez, a expectativa de futuro com alguém específico pode estar mais forte e levar ao sofrimento.
Por fim, a separação em si, que implica em um consenso entre muitas pessoas envolvidas, desde o ponto de vista legal, passando pela família até a visão social. Tendo havido aquisições em comum, desde os presentes de casamento, compra de casa, filhos e despesas, o problema pode ser visto como uma mudança de casa, dá trabalho, mas, no fim, tudo fica organizado.
O problema maior é lidar com o “vazio” que fica depois. O espaço que antes era preenchido com coisas boas e ruins da antiga relação, aos poucos, novos compromissos, novas pessoas e projetos de futuro irão preencher essa lacuna.
Vale lembrar que a tendência natural é de voltarmos a ser quem éramos antes do começo da relação. Se estávamos felizes a sensação tende a ser boa, mas se não, volta-se à mesma situação e aí a separação não tem culpa nenhuma.
Mudar é sempre bom quando é para melhor e cabe a cada um administrar sua mudança e construir esta vida melhor. O segredo está em olhar para frente e procurar, até achar, algo que dê motivação.

Faça um comentário

Most Recent Projects